14 de novembro de 2015

Boicote às avaliações externas na Rede Municipal de Ensino de São Paulo: Reabrir a discussão em defesa dos trabalhadores da educação municipal.

Recentemente, durante a realização do 26°congresso do SINPEEM, defendemos uma emenda(*) ao texto referência do congresso, que defendia a urgente necessidade que temos em abrir no interior de nosso sindicato e em nossos locais de trabalho a discussão sobre os transtornos e os prejuízos que podem causar as avaliações externas, aos profissionais da educação de São Paulo.
Infelizmente, após uma pequena discussão, onde nossa emenda foi combatida por um diretor do sindicato vinculado a unidade da oposição, não conseguimos a aprovação desta emenda que propunha que nosso sindicato organizasse toda a categoria para realizar em conjunto um boicote as avaliações externas.
Pretendíamos jogar luz e alertar os demais colegas para o fato de que já temos entre nossas práticas a aplicação destas avaliações externas, sem que haja nenhuma discussão sobre como podem nos prejudicar tais avaliações; alertar os profissionais da educação presentes, de que sem esse envolvimento institucional de nosso sindicato, poderíamos ficar a mercê de penalizações e problemas, exatamente assim como os que ocorrem na EMEF Eurico Gaspar Dutra.
Lá um professor e alguns alunos, estão sendo ameaçados de punição, por conta de um boicote realizado pelos alunos durante a aplicação de uma prova externa – a prova do programa mais educação SP.
Segundo relatos, após a recusa dos alunos, vários foram coagidos, onde um professor foi penalizado e os alunos ameaçados por medidas que chegaram até mesmo a expulsão!?
De imediato, repudiamos tal atitude organizada pelo corpo dirigente da unidade/DRE e nos solidarizando com os envolvidos, entendendo que esta ação truculenta desenvolvida pela SME, recoloca a questão do “organizar o boicote das avaliações externas coletivamente”, num novo patamar, até então ainda não existente no interior de nosso sindicato.
Quando elaboramos e apresentamos a emenda, essa discussão constituía-se numa possibilidade, em algo que poderia acontecer. Agora estamos falando de algo real que está acontecendo e que pode generalizar-se caso outros decidam optar por não aplicar esse tipo de avaliação.
Necessitamos primeiramente evitar qualquer tentativa de ataque contra nossa carreira profissional – na rede estadual de SP como sabemos o resultado das avaliações externas incide nos rendimentos salariais dos profissionais da educação, os dividindo e os vinculando a trágica e desonesta política de meritocracia – e posteriormente devemos  nos preparar e responder organizadamente as punições e perseguições, que como já vemos, já começam a se apresentar. Por isso, defendemos que a direção do SINPEEM junto a seus representantes de escolas e conselheiros, reabra imediatamente esse debate. Que essa discussão tome forma e envolva todos em todos os locais de trabalho, para que possamos livremente, discutir e nos preparar para um levante contra essas avaliações.

(*) "Pelo boicote às avaliações institucionais (Prova Brasil e suas derivações)."

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Após a conclusão deste texto: duas novas questões surgiram a respeito deste tema:

A primeira é a ação dos professores e alunos da rede estadual de ensino, que reagindo contra o governo do estado que visa fechar 94 escolas no estado, organizam um boicote a avalição chamada SARESP, e que merece nossa atenção e solidariedade.

A segunda foi que no último dia 13 de novembro, durante reunião de Conselho Geral do SINPEEM, nós apresentamos a questão da necessidade de se reabrir essa discussão do boicote as Avaliações Externas, a luz dos acontecimentos na EMEF Eurico Gaspar Dutra, onde após discussão, organizou-se a aprovação de uma moção em solidariedade e contra qualquer tipo de perseguição contra os servidores envolvidos no Boicote a prova do Programa Mais Educação SP. Que essa importante posição aprofunde-se no interior de nosso sindicato para que toda a rede municipal de ensino possa entender e agir na defesa de seus direitos, contra as famigeradas Avaliações Externas.

2 de novembro de 2015

Eleição do Conselho do SINPEEM: voto em urna volante e nas escolas é a saída independente!

Pela primeira vez na história do sindicato a diretoria realizará uma eleição virtualmente. Em nossa opinião é um erro, que deixa a democracia sindical em perigo: a categoria não terá controle sobre o processo; qualquer governo pode influenciar na participação e distorcer os resultados das eleições.

Para preservar o debate e a liberdade de organização sindical, diante da intransigência do Governo em não liberando o ponto para a eleição, melhor seria que a categoria tomasse pra si a realização das eleições. A falta de liberação sindical já impediu o Quadro de Apoio de participar das reuniões de RE, a categoria perde mais ainda quando transforma uma eleição importante em enquete pela internet, tal qual a APROFEM (entidade sem qualquer compromisso com democracia operária).

Decerto que não faltam associados  com disposição para defender a independência e a democracia sindical. Com os atuais conselheiros e Representantes de Escola são cerca de 3 mil associados que poderiam se dispor a organizarem locais de votação nas escolas e também urnas volantes. Não nos subordinemos às arbitrariedades de SME, voto pela internet não pode se tornar regra no SINPEEM!