10 de julho de 2012

11o. CONCUT - Em defesa da CUT Independente e de Luta


Correspondência
Em Defesa da CUT Independente e de Luta  –   27 de junho de 2012, Nº 17  

Vem aí o 11º CONCUT, de 9 a 13 de julho
Vamos garantir a Marcha a Brasília em defesa dos trabalhadores e da nação!

Companheiros e companheiras

Terminados os CECUTs em 3 de junho, em primeiro lugar queremos parabenizar a todos e todas que combateram pelas propostas da “CUT Independente e de Luta” em 13 Estados e no DF.
Com efeito, o resultado de nossa intervenção de conjunto fez com que as emendas sobre “Estratégia” e as propostas para o Plano de Lutas que levantamos, todas passaram para a deliberação final no CONCUT (por consenso, maioria ou mínimo de 20% de votos).
A proposta de Marcha a Brasília, que recolheu cerca de 1.700 adesões nos CECUTs, repercutiu na reunião da Executiva nacional da CUT de 14 de junho, havendo um acordo geral sobre a necessidade da central liderar uma ampla mobilização no início do segundo semestre que levante a plataforma dos trabalhadores diante dos efeitos da crise mundial do capitalismo em nosso país, uma plataforma que defenda a nação e que exige outra política do governo Dilma que contenha, entre outros, os seguintes pontos:

- Estabilidade no emprego e melhores salários.
 - Em defesa da Previdência, não à desoneração da contribuição patronal e Fim do Fator Previdenciário.
- Não à flexibilização de direitos  e à terceirização, 40 horas já!
- Fortalecimento dos Serviços Públicos, revogação das Os!
- Reforma Agrária, atualização do índice de produtividade da terra!
- Derrubada dos juros, controle da remessa de lucros das multinacionais, centralização do câmbio para combater a desindustrialização, fim do superávit primário.
- Soberania nacional: o petróleo para uma Petrobras 100% estatal e anulação da concessão/privatização dos aeroportos.
- Aplicação imediata da lei do Piso do Magistério.

A palavra de ordem que levantamos de “Chega de concessões e parceria com os patrões, chegou a vez dos trabalhadores e do povo!”, concretizou-se em emendas que colocam a necessidade da CUT e seus sindicatos filiados romperem com uma política de parceria com os patrões, a qual se expressou em atos comuns com entidades empresariais (como a CNI e Federações da Indústria) exigindo isenções de impostos e desoneração na folha de grandes empresas (inclusive multinacionais), nas propostas para o Plano de Lutas de defesa da Previdência (com o fim do fator previdenciário e das desonerações da contribuição patronal ao INSS), contra a flexibilização de direitos e a terceirização, pela Reforma Agrária e fortalecimento dos serviços públicos, contra a privatização dos aeroportos e pelo fim dos leilões do petróleo, dentre outras.  
Num cenário mundial em que se aprofunda a crise do sistema capitalista, com o imperialismo acentuando sua política de guerra e super-exploração dos trabalhadores e povos, as propostas que levantamos de combate à ingerência externa nos assuntos que dizem respeito à soberania dos povos reforçou a posição da CUT de exigir a retirada das tropas da ONU, comandadas pelo Brasil, do Haiti.

É hora de preparar a batalha do CONCUT
Se as propostas que levantamos seguem atuais, é preciso agora aprender com os resultados dos CECUTs para afiar argumentos e atualizar a nossa intervenção com novas propostas que decorrem do desenvolvimento da situação. É preciso também que procuremos todos os companheiros e companheiras que endossaram com sua assinatura a nossa proposta de Marcha a Brasília, sejam delegados ou não ao CONCUT, para estreitar laços e propor a continuidade da luta para viabilizar essa iniciativa.
As greves em curso dos servidores públicos federais que, começando nas Universidades hoje já atingem a base da Condsef (que representa cerca de 800 mil trabalhadores), além de pedirem o apoio de nossa central, levantam o problema central da necessidade de outra política por parte do governo Dilma para a defesa efetiva da nação dos impactos da crise mundial. Ao invés de “doar” 10 bilhões ao FMI para que este siga exigindo de diferentes países, como a Grécia, a aplicação de Planos de Ajuste que atacam a classe trabalhadora, seus direitos e conquistas, esse dinheiro daria com sobra para atender os servidores e sinalizar uma política de fortalecimento do mercado interno e do papel do Estado na economia.

Não abrir brechas para a flexibilização de direitos!
Uma questão que passou praticamente ao largo dos CECUTs, merece agora toda a atenção. Trata-se da proposta de Acordo Coletivo Especial (ACE), de iniciativa da direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que pode tramitar no Congresso Nacional a qualquer momento.  
Esta proposta prolonga a política de “consenso”, diálogo e parceria com o grande empresariado, pois estabelece que empresas “credenciadas” pelo Ministério do Trabalho, o que for negociado prevalece sobre a Lei. O artigo 16 do Ante-projeto do ACE diz que : “Aplicam-se ao Acordo Coletivo com Propósito Específico os dispositivos do Título VI da Consolidação das Leis do Trabalho, quando não incompatíveis com esta Lei.”  (grifado por nós).
A proposta traz condicionantes, como a existência de comissão sindical na empresa, grau de sindicalização, aprovação em assembleia dos trabalhadores, e seria de adesão voluntária por parte das empresas. Mas tudo isso não muda o essencial: no nível de empresa o negociado prevalece sobre a lei!
Se o PL do ACE for ao congresso nacional, certamente a maioria dos deputados vai eliminar tudo que restrinja a aplicação do que lhes interessa e o que vai sobrar é a fragmentação da negociação por empresa e o que for acordado vale mais que a lei. Contra essa tese, a CUT, no final do governo FHC, liderou mobilização nacional que barrou a mudança no artigo 668 da CLT pretendida pelo então ministro do Trabalho Dornelles.
Por isso propomos que no 11º CONCUT seja adotada resolução que proponha a suspensão da tramitação do PL do ACE, para que a discussão sobre seu conteúdo seja feita a fundo com o conjunto do movimento sindical cutista. 

Julio Turra
Jacqueline Albuquerque
João Batista Gomes
Lourival Lopes

 Contatos e-mail: julioturra@cut.org.br

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