6 de junho de 2011

Reflexões sobre as Eleições do SINPEEM - 2011

Agradecemos a todos os companheiros e companheiras cada voto de confiança dado ao programa da CHAPA 3 – Unidade e Independência na Luta. A CHAPA 3 é o novo agrupamento político que se afirma no SINPEEM. CUTistas e independentes, nos colocamos a responsabilidade de contribuir para a organização da categoria. 3508 trabalhadores da educação do Município de São Paulo votaram na CHAPA 3. Esses votos são expressão do desejo de colocar o SINPEEM em combate contra as terceirizações e os CEI's conveniados. São companheiros que almejam a independência do SINPEEM frente aos governos e patrões, além de autonomia diante dos partidos. Esses eleitores querem a aplicação da Lei do Piso Nacional, exigem 1/3 da jornada para hora-atividade na JBD e reivindicam um movimento que estenda o pagamento do piso aos Agentes Escolares, desde o QPE 01. Esses associados estão cansados da violência e adoecimento nas escolas, dos ataques a EJA, da falta de subsedes e concentração de poder na figura do Vereador Cláudio Fonseca.

Um balanço necessário

Campanha salarial 2011

 
O resultado da campanha eleitoral integra a campanha salarial de 2011. O fim das mobilizações se deu com a franca colaboração entre Compromisso e Luta e a Oposição Unificada, que caracterizaram a resposta do governo à nossa pauta de reivindicações como “conquista histórica” a não ser rejeitada.
As férias coletivas em janeiro para a Educação Infantil não estão garantidas, as terceirizações continuam, os CEIs conveniados predominam e atingem 80% em algumas regiões. Precisávamos arrancar mais do Governo Kassab, já em 2011! Mas a direção do movimento não acreditou no poder de luta da categoria! Estávamos apenas na segunda paralisação, com mais de 3 mil manifestantes na rua e centenas de escolas paradas. Kassab respondeu parcialmente, mas nada disse sobre a construção de CEI's e concursos para os Agentes e PEI. Essas seriam as medidas necessárias para começar a pôr fim à privatização na educação. No entanto, a privatização continua financiando a política salarial que achata a carreira! A Diretoria do SINPEEM enterrou a campanha salarial e a mobilização para o dia 11 de maio foi um fiasco com pouco mais de 100 manifestantes!

Analisando os resultados da Eleição de 2011

 
A Compromisso e Luta ampliou o número de votos, a Unidade da Oposição decresceu. Para nós isso é conseqüência da política complementar entre esses dois grupos. Nos momentos decisivos é a “oposição” (Conlutas e a Intersindical - CHAPA 2) quem dá o fim da campanha salarial ao mesmo tempo em que promove sua política divisionista, defendendo a desfiliação do SINPEEM das bases da CUT. E se não estivessem na diretoria, defenderiam a criação de um novo sindicato na educação?
 
Para nós a divisão enfraquece a classe. Por mais divergências que tenhamos diante da direção das entidades sindicais, defendemos as nossas posições e combatemos para manter os trabalhadores unidos nas organizações que construíram. A maioria dos membros da CHAPA 3 defende essa posição desde 2005. Coerentes com esse programa apresentado também na CHAPA 4 de 2008, saltamos de 4,67% para 12,77% em três anos. É esse desejo de unidade e independência que juntou os setores das CHAPAS 3 e 4 de 2008 e, mesmo com a passagem do PC do B/CTB para a Compromisso e Luta, resultado da integração com o Governo Kassab, chegamos aos 3508 votos em 2011!
 
A batalha foi árdua e desigual. Basta lembrar que, no período, Claudio Fonseca usou recursos do SINPEEM e do PPS para propaganda na TV. Enquanto isso, nos horários de folga da escola, os membros da CHAPA 3 visitaram 401 das 1975 unidades existentes (cerca de 20% da rede municipal), discutindo e divulgando o seu programa. Esse trabalho de base impulsionou os votos em todos os locais e, em seis postos – Zona Oeste e Zona Sul -, garantiu mais de 20% dos votos para a CHAPA 3. Mesmo fora da diretoria, com nossos mandatos de Conselheiros e Representantes de Escola, reafirmamos o nosso programa e disposição de luta a serviço da categoria.
 
Continuaremos a defender que, para preservar a independência do SINPEEM, o Vereador Cláudio Fonseca deve se licenciar do cargo de Presidente do sindicato. Outro companheiro da Compromisso e Luta deve substituí-lo! Como é possível reverter os convênios privados e as terceirizadas nas escolas se o presidente do SINPEEM defende a privatização dos serviços públicos? É esclarecedor o seu Projeto de Lei que cria uma Organização Social (OS) para o Teatro Municipal, o silencio sobre a Santa Marcelina nos CEU's e as OS's na Saúde; o mesmo silêncio sobre a Fundação SPDM no “atendimento” de crianças com necessidades especiais nas escolas. Onde estão os concursos para esses postos de trabalho! Devemos esperar o desaparecimento do Agente Escolar e do Professor de Educação Infantil concursados? Não, de modo algum!
 
Desde já, um agrupamento se forma em torno do programa apresentado pela CHAPA 3. A organização é parte desse combate. Longe de arrefecer a nossa luta, reforçamo-nos na preparação do Congresso do SINPEEM, visitando as escolas para prestar contas, discutir e convidar a categoria a se organizar conosco, elegendo delegados e formando a bancada do campo da CUT que defenderá o programa de Independência e Unidade na Luta.


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